quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Tetra campeão invicto 1982

A torcida do Rio Grande do Norte celebrou com entusiasmo a nova façanha do América, que chegou ao sonhado tetra, em 1982, sem qualquer derrota, após vencer os três turnos.

O América conquistou com tanta facilidade o título inédito de tetracampeão potiguar - em 1982, sem perder uma única partida - que, pode-se dizer, seu jogo mais difícil ao longo da campanha não foi sequer o decisivo.

De fato, o América venceu os três turnos diante do Alecrim, uma força apenas intermediária no Estado, enquanto seu maior rival, o ABC, acumulou apenas fracassos. Quando foi enfrentálo pela última vez, a 21 de novembro, o ABC jogava também suas derradeiras esperanças. Para vencer a qualquer custo, havia até trazidos reforços de última hora, como o meia Otávio Souto, o ponteiro Ronaldinho e o centroavante Neinha, além de trocar de treinador.

Foi de fato o jogo do ano em Natal, cabendo ao vencedor o direito de decidir o terceiro turno com o surpeendente Alecrim. Houve empate de 2 x 2, seguido de uma prorrogação de 0 x 0. Aí vieram os pênaltis. Na primeira série 4 x 4. E, na seguida, deu América: 2 x 1.

Fora isso, o América jogou como quis, enfrentando a rigor um único problema, no início do primeiro turno, com a inesperada saída do treinador Laerte Dória. Assumiu então o experiente caiçara, que em 16 anos de profissionalismo já havia colecionado 12 títulos. Caíçara, logo de saída, mexeu no time e pediu três contratações. Vieram o goleiro Rafael, do Nacional de Manaus, o meia-esquerda Aílton e o centroavante Silva, ambos do Botafogo do Rio.

Eles se tornariam jogadores decisivos para o América. Seguro, Rafael garantiria várias partidas difíceis. Criativo, Aílton formaria um ótimo meio-campo com Baltazar e Gílson. Oportunista, Silva seria o artilheiro da equipe, com 14 gols.

"Realmente, um título como este é para deixar qualquer técnico orgulhoso", alegra-se Caiçara, que ganhou assim seu décimo terceiro campeonato. "Minha maior satisfação foi provar que o América não perdeu dinheiro comigo", envaide-se o centroavante Silva, no ídolo de uma torcida mais eufórica do que nunca.

No fim, todos só lamentaram não terem decidido com o ABC. "Seria mais gostoso", diz o zagueiro Ivan. "Mas fica para o penta."

ARTILHEIRO


"Silva"

Não chega a aproveitar com frequência os cruzamentos dos pontas para a área, não é muito brigador e ás vezes perde a bola com facilidade. Mas o centroavante Carlos da Silva Matos, 24 anos, compensa essas limitações com virtudes que até os adversários reconhecem: dribla bem, não desperdiça os lançamentos que recebe, chuta quase sempre bem colocado e , sobretudo, tem um fato privilegiado para marcar gols. Com tudo isso, mesmo atuando apenas em 19 jogos, foi o artilheiro do time, com 14 gols. Silva, 1,66 m, 64 Kg, tem seu passe preso ao Botafogo do Rio, que o emprestou ao América.


RETROSPECTO

Da goleada do primeiro turno (4 x 0 no Atlético) ao empate na decisão (0 x 0 com o Alecrim), o América não perdeu uma. Foi, de fato, uma campanha para nenhum torcedor botar defeito: em 30 jogos, 15 vitórias e 15 empates, com 48 gols a favor e 15 contra. O América ganhou também os três turnos e , por coincidência, sempre em cima do Alecrim - primeiro nos pênaltis, depois por 2 x 0 e , finalmente, no dia primeiro, com o empate sem gols, resultado que lhe bastava. Foram utilizados, ao todo , 23 jogadores, comandados por dois treinadores: Laerte Dória e , a partir da metade do primeiro turno, Caiçara. Por: Rosaldo Aguiar e fotos de Itamar (revista Placar).

Em pé: Artuzinho, Saraiva, Lúcio, Ivan, Rafael, Baltazar e Vassil;
Agachados: Curió, Aílton, Silva, Gilson e Severino

Material doado por Almir Poeta

2 comentários:

Anônimo disse...

SÓ FALTOU O DIDI DUARTE NA FOTO.

Mário Tabosa disse...

Alguma lembrança do jogador Osvaldo que jogou em 1973,campeonato potiguar e brasileiro?